domingo, 25 de março de 2012

Minha primeira manifestação–Por Andrea Guisti (@deiola)



deiola
“Lembro de ter no máximo cinco anos quando a Beagle da minha avó foi envenenada pela vizinha. No mesmo quintal, anos depois, organizei uma fila de potes de leite para oito filhotes que haviam nascido. Escondi no banheiro muitos resgatados para que a família não nos descobrisse. Também compactuei da mentira que ela havia ganhado uma das cachorras no sorteio da feira de animais. Entre tantas parcerias, minha avó me fez assim.
Eu deveria ser mais experiente por todo o histórico, mas meu grande defeito é a fraqueza. Não sou a melhor pessoa para acompanhar um bicho sofrendo, um resgate. Mas, em 2011, conheci protetoras incríveis e elas trouxeram de volta essa minha vontade de ajudar. Quando eu digo protetora falo de gente disposta, que resgata cão abandonado da favela, da estrada, que adota cadeirante e põe muito dinheiro do bolso pra manter a saúde de todos eles.
Não sou ninguém perto delas, ninguém. Mas agora eu não consigo passar por um cachorro abandonado sem brecar o carro e tentar pegá-lo. Ajudo com dinheiro, divulgação, procuro os perdidos e compro o que for necessário. Me achei assim.
Tenho uma melhor amiga em casa, há 13 anos, e isso explica muito. É claro que eu iria lutar contra os maus-tratos. A única causa que abraço, sem perceber, desde criança.  Em poucos minutos, minha mãe estava vestida para me acompanhar. Ganhamos fitas brancas e eu estava pronta para contribuir. Cartazes, cachorros, ONGs, camisetas, barulho e muitas pessoas. Inclusive, crianças, que entendiam muito bem o motivo de estarem caminhando.
As protetoras choravam de emoção. Ali também estavam as pessoas que eu não conhecia pessoalmente, só havia trocado mensagens sobre o tema na internet. Segui o percurso arrepiada, registrei os detalhes, auxiliei uma amiga que fazia reportagem e deixei minha primeira manifestação na avenida Paulista com sentimento de dever cumprido. Saí de lá e liguei pra minha avó.”
Andrea Giusti, 27 anos, jornalista, protetora, membro do Projeto SalvaCão

quinta-feira, 22 de março de 2012

Castração: Mitos e Verdades

toakinatrilha.blogspot.com

“Coitadinho… pra quê castrar?!”, “Ela não sai de casa. Não precisa castrar.” ou “Castrar é uma mutilação!”.

Ouço frases como essas diariamente. Os mitos em torno da esterilização de animais ainda são enormes, mesmo nos dias de hoje. Percebo que o preconceito ainda existe devido à falta de informação sobre o assunto.

A castração ou esterilização é um procedimento cirúrgico, que deve ser realizado apenas por médicos veterinários capacitados, mediante à anestesia geral. Como qualquer procedimento anestésico ou cirúrgico, envolve alguns riscos, que podem ser minimizados e evitados com a realização de alguns cuidados e exames pré-operatórios. Nos machos, a castração é realizada através da excisão (retirada) dos testículos. Nas fêmeas são retirados os dois ovários e o útero. Existem diversas técnicas cirúrgicas tanto para cães e cadelas, como para gatos e gatas, porém, vou abordar apenas os mitos e preconceitos relacionados à castração.

Meu animal irá engordar após a castração? Talvez. O aumento de peso é comumente encontrado em animais castrados. Esse excesso de peso pode ser evitado e controlado através da alimentação e a pratica de exercícios e caminhadas diárias.

Meu animal precisa acasalar pelo menos uma vez antes da castração? Não. Castrando cadelas e gatas antes do primeiro cio praticamente eliminamos as chances desses animais desenvolverem tumores de mamas, doença muito freqüente nessas espécies. Também podemos prevenir com a castração problemas uterinos e ovarianos.

Acasalar as fêmeas evita tumores de mama? Não. A única forma de evitar tumores de mama com eficácia é através da castração.

Com qual idade meu animal já pode ser castrado? Após os dois meses de idade os animais já podem ser castrados. Alguns veterinários preferem aguardar o término da vacinação, que geralmente ocorre por volta dos quatro meses de idade.

Até qual idade meu animal pode ser castrado? Não existe uma idade limite, mas quanto mais jovem o animal for, menores são os riscos do procedimento.

O comportamento do meu animal mudará após a castração? Talvez, porém essa mudança é sempre benéfica. Percebemos que alguns animais de temperamento agressivo ou dominante, geralmente se tornam mais dóceis e acessíveis após a castração.

As fêmeas continuam tendo cios ou sangramentos após a castração? Não. São retirados os dois ovários e o útero. Por esse motivo, gatas e cadelas não apresentam mais sangramentos ou sintomas de cio após a castração. Caso isso continue ocorrendo, é possível que tenha restado algum resquício ovariano.

Os machos precisam ser castrados também? Sim. Além do controle populacional, melhora no comportamento e diminuição de demarcações territoriais, a castração previne também problemas testiculares e prostáticos, muito comuns em machos após cinco anos de idade.

A castração não é uma mutilação. Não deve ser encarada dessa forma, já que os benefícios são infinitamente maiores do que as conseqüências e é um procedimento que visa melhorar o bem estar dos animais e o convívio dos mesmos com as pessoas e com outros animais.

sábado, 17 de março de 2012

Gestante + Gatos = Pode sim!!!

Imagem: lili-gata.blogspot.com
Esse assunto é sempre polêmico. Muitos bichanos são abandonados ou colocados para adoção assim que sua proprietária ou alguma moradora da mesma casa engravida. Muitos médicos DESAVISADOS exigem que a mulher se desfaça do seu gato apavorando-a com possíveis complicações na gestação que supostamente seriam causadas pelos gatos, entre elas a tão temida toxoplamose.
MITO. Isso é um antigo mito. A toxoplasmose é uma doença causada pelo parasita Toxoplasma Gondii. Nas gestantes esse parasita pode causar aborto, prematuridade, morte fetal e algumas malformações. A principal forma de contaminação é através da ingestão de carnes cruas ou “mal passadas” e saladas ou frutas mal lavadas. Porém, o grande vilão sempre acaba sendo o coitado do gato.
Os gatos são considerados hospedeiros desse parasita. Isso ocorre somente quando esses animais são alimentados com carne ou vísceras cruas, ou quando possuem o hábito de caçar ratos e aves, por exemplo. Nas suas fezes são eliminadas as formas “inativas” do parasita, chamadas de Oocistos. Essas formas inativas precisam ficar expostas em temperatura ambiente por no mínimo 24 horas para se tornarem infectantes (Oocistos esporulados). E a única forma de infecção é através da ingestão desses Oocistos Esporulados. Lembrando que esses gatos geralmente eliminam os Oocistos inativos nas fezes por um período de aproximadamente 2 semanas após a ingestão do parasita.
Resumindo: se você alimentar seu gato com carne crua, deixar de limpar sua caixa sanitária por mais de 24 horas e levar suas mãos sujas à boca ou “comer cocô’, talvez você seja infectado pelo Toxoplasma. Pouco provável, né? Mas ingerir carne mal passada ou uma salada mal lavada é bem mais fácil de acontecer, certo?
Então, se você ou sua esposa/namorada/amiga/ irmã engravidar, não precisa colocar o coitado do gato pra correr. É só tomar alguns cuidados muito simples:
- Nunca alimente seu gato com carne ou vísceras cruas
- Faça a limpeza da caixa sanitária do seu animal pelo menos duas vezes ao dia. Lave a caixa sanitária e troque todo granulado a cada 3-4 dias.
- Lave bem as mãos após a higienização da caixa sanitária do seu animal
- Nesse período de gestação, peça para outra pessoa fazer a limpeza da caixa sanitária do seu gato
Viu como é fácil?! E após 40 semanas você terá alegria em dobro: seu bebê saudável e seu “amigão” por perto.
Para finalizar, gostaria que vocês assistissem esse vídeo super bacana e didático feito pela Universidade Estadual de Londrina (UEL):

terça-feira, 13 de março de 2012

Encontrei um animal na rua. E agora? O que fazer?

Fonte Imagem: http://www.blogdailha.org
Pessoas me procuram diariamente com essa dúvida. Se você viu um animal na rua, perdido ou abandonado, e pretende ajudar de alguma forma, entenda que, a partir do momento que você resgatá-lo ele passa a ser responsabilidade sua. É de extrema importância que você tenha consciência disso e não queira jogar a responsabilidade para outras pessoas com frases do tipo: “fiz minha parte tirando o animal da rua” ou “se ninguém quiser ficar com ele, terei que abandoná-lo novamente”. Estamos combinados? Então vamos lá. Estas são algumas recomendações que podem ajudar bastante caso você resgate um animal da rua.
Leve o animal imediatamente à uma clínica veterinária. Ele precisa ser examinado e, se necessário for, fazer algum exame ou tratamento. Muitas vezes, durante a consulta, o médico veterinário pode informar se o animal já é castrado ou não e tentar identificar sua idade aproximada. O médico veterinário também poderá indicar qual alimento é o mais adequado para esse animal.
Já que o animal não tem histórico nenhum (e infelizmente não fala), acho sempre válido um banho, tosa (se necessário), controle de ectoparasitas (pulgas, carrapatos, sarna) e vermifugação.
Com relação à vacinação, geralmente recomendo que aguarde uma semana, para observação de possíveis doenças que ainda não foram manifestadas e que podem estar incubadas. Se você já tem outros animais em casa, converse com o médico veterinário sobre a necessidade de isolamento deste novo animal. Isso é importante para poupar a saúde de seus animais. Se o animal não for castrado, esta é uma etapa importante após a vacinação. Nunca doe um animal sem que ele esteja castrado.
Agora vem a parte mais complicada e polêmica: pra onde ele irá? As ONGs e abrigos estão lotados. Protetores fazem o possível e o impossível com o que conseguem de doações. Passar a responsabilidade para outra pessoa sem arcar com os custos desse animal é absurdamente injusto. Se você não pode ou não pretende adotar esse animal, ele precisará de um lar temporário até que sua adoção seja concretizada. Caso você mesmo não possa oferecer o lar temporário, e nem encontre alguém disposto a fazê-lo, uma alternativa é manter esse animal em algum hotelzinho ou abrigo e realizar o pagamento da hospedagem enquanto aguarda adoção. Muitos hotéis oferecem um valor diferenciado para animais resgatados.
Se você optar em adotar esse animal, lembre-se que ele provavelmente já sofreu algum tipo de crueldade ou abandono e que traumas provavelmente estarão presentes. Esses animais geralmente necessitam de um tempo maior de adaptação ao novo lar, novo tutor e novos animais. Tenha paciência. Não desista logo no primeiro dia.
Coloque-se no lugar dele: passou fome, passou frio, sofreu violência e abandono. Já pensou em qual referência ele possui do ser humano? Ele precisa confiar em você e, assim como uma pessoa, isso pode levar algum tempo.
Estes são alguns passos para um “resgate bem sucedido”. Claro que muitas outras situações podem surgir, mas o mais importante é ter consciência que qualquer resgate é um ato de gratidão e deve ser realizado com responsabilidade. Não quero desencorajar ninguém, apenas mostrar o cenário real.
Cada um faz um pouco. Todos juntos somos fortes.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Prestação de Contas–Fevereiro/2012

Segue abaixo a prestação de contas referente aos animais resgatados do Pinheirinho pelo Projeto SalvaCão (Julie, Gucci, Volino e Lorenzo):
Julie (Tratamento, Banhos, Vacinação, Vermifugação, Castração) = R$331,50
Volino (Tratamento, Vermifugação) = R$29,00
Gucci (Tratamento, Vermifugação) = R$27,50
Lorenzo (Tratamento, Vermifugação) = R$28,50
Total = R$416,50
Valor das doações depositadas em conta = R$ 1.450,00
Valor residual para março = R$1.033,50
A hospedagem e alimentação de Volino, Gucci e Lorenzo serão pagas ao completarem 30 dias (próximo ao dia 20/03). Eles serão castrados amanhã e vacinados na próxima semana. E então estarão liberados para adoção.
Julie foi adotada na semana passada e está muito bem e feliz na sua casa nova.
Os medicamentos e materiais hospitalares serão repassados ao grupo coordenado pela Joana, de SJC, para que sejam utilizados nos animais que ainda estão com ela.
Qualquer dúvida, favor enviar email: jcrosalem@hotmail.com
Obrigada a todos que contribuiram!!!